
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), sancionou nesta terça-feira (27) o Projeto de Lei nº 174/25, que trata do reajuste salarial dos servidores municipais, incluindo os professores da rede pública. A decisão foi anunciada em pronunciamento oficial, após a votação tumultuada na Câmara Municipal de Salvador, marcada por protestos e a invasão do plenário por manifestantes da educação.
Apesar das críticas de parte da categoria, Bruno Reis afirmou que o reajuste concedido é o maior do Brasil e destacou o esforço da gestão para valorizar os servidores municipais.
“Para os professores, é um ganho real de 45,3%, acima da inflação do período. Implantamos o plano de cargos e salários da Guarda Municipal e da Transalvador, categorias que esperavam há tanto tempo, além dos agentes de saúde e de endemias. Pagamos quase três salários em média”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, 11% da arrecadação municipal será destinada à folha de pagamento da Educação. “Aprovamos um reajuste indo além do que a prefeitura poderia suportar”, destacou.
Clima de tensão na Câmara
A sessão de votação foi marcada por tensão. Professores e servidores protestaram contra a tramitação do projeto sem diálogo mais amplo com a categoria. O grupo chegou a invadir o plenário da Câmara, interrompendo os trabalhos dos vereadores.
Bruno Reis classificou o episódio como “uma cena trágica para a política baiana” e afirmou que processos administrativos serão abertos para apurar eventuais ilegalidades cometidas por servidores envolvidos na ação.
“Foi um dia lamentável e triste para a nossa cidade. É inadmissível o que aconteceu. Estávamos tratando de um reajuste acima do que o governo federal e o estadual ofereceram”, disse o gestor.
Críticas à politização do debate
Durante o pronunciamento, o prefeito também fez um apelo à responsabilidade e criticou a politização do tema. Ele ressaltou os impactos da paralisação na vida da população, principalmente das famílias que dependem das escolas municipais.
“Não é hora de fazer política. É hora de resolver a vida das pessoas. Tem milhares de mães e pais sem poder trabalhar porque as crianças estão em casa. Quero demonstrar minha total solidariedade aos vereadores. Não é com agressão que se resolve. Aqui estão verdadeiros representantes do povo”, completou.
Próximos capítulos
A categoria dos professores ainda avalia a continuidade da paralisação. Entidades sindicais defendem que o reajuste, apesar de significativo, não foi construído com diálogo e criticam pontos do plano de carreira. Uma nova assembleia está prevista para os próximos dias.