
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda de Salvador (SEMDEC), Mila Paes, fez uma avaliação franca sobre o atual cenário da capital baiana no contexto regional. Em entrevista ao Bahia Notícias, a gestora reconheceu que “Salvador perdeu protagonismo” frente a outras capitais do Nordeste nos últimos anos.
A constatação tem respaldo nos dados do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgados em maio deste ano. No levantamento nacional, Salvador ocupa a 24ª posição no ranking das capitais brasileiras, enquanto Fortaleza figura em 13º e Recife em 15º. O índice avalia indicadores de saúde, educação, emprego e renda.
“Salvador perdeu um protagonismo muito grande, sim, mas tem uma capacidade instalada que ninguém toma dela, seja histórica, seja por mar, tem uma das maiores baías do mundo, com um porto com uma capacidade enorme”, afirma Mila.
Fortaleza dispara com setor de tecnologia
Na análise da secretária, Fortaleza se destaca como a capital que mais cresce no Nordeste, impulsionada especialmente pela área de tecnologia e comunicação. A cidade é um dos principais pontos de chegada de cabos submarinos de internet no Brasil, conectando o país a outros continentes — uma vantagem geográfica que, segundo ela, “não tem como competir”.
“Fortaleza tem uma vantagem competitiva enorme. É uma cidade por onde chegam todos os cabos submarinos de tecnologia, então sai na frente por conta disso”, pontua.
Alinhamento político favorece o desenvolvimento
Outro fator apontado por Mila como determinante para o avanço de Fortaleza é o alinhamento político entre a gestão municipal e o governo estadual, que, segundo ela, tem sido mantido ao longo dos anos e potencializa as políticas de desenvolvimento.
“Quando estado e capital estão alinhados, isso ajuda muito. Esse é um diferencial que Fortaleza mantém há muito tempo”, analisa.
Otimismo com retomada de Salvador
Apesar do cenário de desvantagem atual, Mila se mostra confiante de que Salvador está construindo as bases para retomar seu protagonismo econômico na região. Segundo ela, políticas públicas voltadas para o fortalecimento da economia local, atração de investimentos e apoio ao setor empresarial devem gerar impacto nos próximos anos.
“Estamos trabalhando para, no médio prazo, ter uma capacidade muito maior de retomada em relação ao Nordeste, até mais que Fortaleza e Recife”, projeta.