
Os cursos de Medicina oferecidos na Bahia apresentaram desempenho abaixo do esperado na última avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC), acendendo um alerta sobre a qualidade da formação médica no estado. Os dados, divulgados nesta semana, mostram que boa parte das instituições — públicas e privadas — obteve notas consideradas insatisfatórias em critérios como infraestrutura, corpo docente e desempenho dos estudantes.
Entre os indicadores analisados estão o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC), que medem desde as condições físicas de ensino até os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). De acordo com o levantamento, nenhuma instituição baiana de Medicina alcançou a nota máxima, e diversas ficaram abaixo do nível considerado ideal pelo MEC.
Alerta para qualidade da formação
Especialistas apontam que o resultado reflete uma combinação de fatores, como a rápida expansão de vagas sem o devido preparo das instituições, falta de professores qualificados e deficiências nos campos de prática para os alunos.
“Temos visto um crescimento desenfreado de cursos de Medicina, muitas vezes sem estrutura adequada. Isso compromete diretamente a qualidade da formação e, consequentemente, o atendimento à população”, afirma o professor João Meira, especialista em educação médica.
Reações e medidas
O desempenho fraco gerou reações entre parlamentares e representantes da área da saúde. A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) já articula a convocação de audiências públicas para discutir o tema, enquanto o Conselho Regional de Medicina (Cremeb) reforçou a necessidade de maior rigor na autorização e fiscalização dos cursos.
A Secretaria de Educação do Estado informou, por meio de nota, que está acompanhando os resultados e dialogando com o MEC para propor melhorias, especialmente nas universidades estaduais.
O que diz o MEC
Segundo o Ministério da Educação, a avaliação serve como instrumento de regulação e pode levar a sanções, como suspensão de novas vagas ou fechamento de cursos, em casos de reincidência. O MEC informou ainda que os dados serão utilizados para orientar políticas de melhoria na educação superior.